quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Muito (que poderia ser vivido, mas não foi)

Já parei para pensar diversas vezes nas coisas que podem empacar nossa vida, em tudo aquilo que pode nos trazer atraso e aflição, que acabam, cedo ou tarde, se transformando em falta de esperança e desânimo.
Comecei fazendo uma lista de coisas frustrantes, que realmente aconteceram - ou não, como eu vou saber - na minha vida e nas pessoas a minha volta. E meu Deus! Como é desanimador pensar nas coisas que deram errado! Pior que isso é achar que as coisas que nem aconteceram vão ser tão ruins quanto as que passaram.
Esse medo, ou trauma ou seja lá o que for, acaba com qualquer chance de fuga da tristeza.
Uma das coisas que mais me irrita no ser humano é a falta de ação, logo em seguida da ação de impedir, geralmente sem nenhuma justificativa plausível. Simplesmente empacam. Param. Estáticos, numa maré ruim.
O fato de nada durar pra sempre - nem mesmo a vida dura! - serve de escudo pra não se tomar nenhuma decisão. A não-eternidade é algo tão assustador a ponto de interferir nas nossas escolhas. E felizes os que têm só a interferência e não usam a falta do "pra sempre" como algema.

Você acha que a gente perde muita coisa por ingenuidade?
E por medo?
E por excesso de pensamento e falta de impulso?

Não é só um discurso adolescente. Inconsequência pode trazer pequenos benefícios, que podem mudar o rumo de tudo. Se for parar e pensar, não é bom a gente se apaixonar - vamos tentar tirar a paixão do sentido restrito de ligações amorosas/ sexuais, ok. Apaixonados temos nosso juízo comprometido, somos tendenciosos e sofremos pela ausência, o que é totalmente contra qualquer sentido de vida organizada e racional.
Isso porque nada que tente substituir o objeto de apego é suficiente. Viramos crianças, mimadas.
Se apaixonar é mais grave quando é por alguém.
A gente se apaixona por cada detalhe daquela pessoa. Tudo em volta dela tem uma magia inexplicável, um encantamento novo, que prende.
A entrada no mundo da pessoa é uma viagem incrível que a gente não tem vontade que acabe.

Mas acaba.
Nem tudo acaba ruim. E o que não acaba bem pode ter durado bem. O tempo que for.

Vamos economizar na preocupação em se machucar e esbanjar cuidado e coragem nas ações inconsequentes, com pessoas mais incríveis que conhecermos.

Quando a gente gosta mesmo, vira pai e mãe também.
Isso é sobre responsabilidade. Aquela história do Pequeno Príncipe.

Isso não é sobre ficar junto, é sobre ter coragem de sentir.

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