segunda-feira, 10 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Nada novo sob o sol

Por mais que sejamos inéditos, seres únicos, vidas nunca antes vividas, os grandes clichês perduram pela existência humana.
É natural pensarmos que tudo o que nos acontece é realmente especial e diferente de tudo o que aconteceu com todos os outros. E é assim. Não existem coisas repetidas. Notei que o que se repetem são as reações, os modos de agir sobre o que acontece.
Os grandes clichês sobre morte, relacionamentos amorosos, honestidade se repetem incessantemente: romances mal-resolvidos, pessoas sem escrúpulo que aparentemente se dão bem, luto e crenças instantâneas a partir da morte e mais um bocado de coisas que nem consigo enumerar. A angústia de personagens de um romance de 1892, que acontece em outro país, é a mesma sentida pelo casal principal da novela das 7, que é a  mesma angústia de algum amigo seu e de alguém que você nem conhece.
Mas, mesmo assim, nós ainda achamos que temos uma certa exclusividade quando passamos por situações-problema. Por mais que recebamos conselhos, que ouçamos opiniões, acabamos pensando que ninguém nos entende, porque ninguém compreenderia tamanha complexidade emocional. Não. Muita gente já se sentiu do jeito que você está, mesmo que você negue isso.
E como as pessoas dizem: tudo passa. Não adianta conceder título de eternidade.
Estava condenada ao desespero sem-fim e nem poderia imaginar que estaria bem, menos de uma semana depois. Uma semana é tão pouco tempo quando estamos tranquilos e um suplício quando estamos aflitos. O tempo passou se arrastando e agora ele voa, como sempre. E eu continuo sem poder fazer quase nada, mas agora sem desesperar.