Já parei para pensar diversas vezes nas coisas que podem empacar nossa vida, em tudo aquilo que pode nos trazer atraso e aflição, que acabam, cedo ou tarde, se transformando em falta de esperança e desânimo.
Comecei fazendo uma lista de coisas frustrantes, que realmente aconteceram - ou não, como eu vou saber - na minha vida e nas pessoas a minha volta. E meu Deus! Como é desanimador pensar nas coisas que deram errado! Pior que isso é achar que as coisas que nem aconteceram vão ser tão ruins quanto as que passaram.
Esse medo, ou trauma ou seja lá o que for, acaba com qualquer chance de fuga da tristeza.
Uma das coisas que mais me irrita no ser humano é a falta de ação, logo em seguida da ação de impedir, geralmente sem nenhuma justificativa plausível. Simplesmente empacam. Param. Estáticos, numa maré ruim.
O fato de nada durar pra sempre - nem mesmo a vida dura! - serve de escudo pra não se tomar nenhuma decisão. A não-eternidade é algo tão assustador a ponto de interferir nas nossas escolhas. E felizes os que têm só a interferência e não usam a falta do "pra sempre" como algema.
Você acha que a gente perde muita coisa por ingenuidade?
E por medo?
E por excesso de pensamento e falta de impulso?
Não é só um discurso adolescente. Inconsequência pode trazer pequenos benefícios, que podem mudar o rumo de tudo. Se for parar e pensar, não é bom a gente se apaixonar - vamos tentar tirar a paixão do sentido restrito de ligações amorosas/ sexuais, ok. Apaixonados temos nosso juízo comprometido, somos tendenciosos e sofremos pela ausência, o que é totalmente contra qualquer sentido de vida organizada e racional.
Isso porque nada que tente substituir o objeto de apego é suficiente. Viramos crianças, mimadas.
Se apaixonar é mais grave quando é por alguém.
A gente se apaixona por cada detalhe daquela pessoa. Tudo em volta dela tem uma magia inexplicável, um encantamento novo, que prende.
A entrada no mundo da pessoa é uma viagem incrível que a gente não tem vontade que acabe.
Mas acaba.
Nem tudo acaba ruim. E o que não acaba bem pode ter durado bem. O tempo que for.
Vamos economizar na preocupação em se machucar e esbanjar cuidado e coragem nas ações inconsequentes, com pessoas mais incríveis que conhecermos.
Quando a gente gosta mesmo, vira pai e mãe também.
Isso é sobre responsabilidade. Aquela história do Pequeno Príncipe.
Isso não é sobre ficar junto, é sobre ter coragem de sentir.
No final, o importante é sair sorrindo ;)
ResponderExcluirAdorei. Mesmo.
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