terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Ano Novo

 
Que tipo de preocupação insiste em existir no primeiro dia do ano?
  Até chegar a meia-noite do dia 31 de dezembro, todo mundo fica meio exagerado: profundamente tranquilo ou totalmente ansioso. Pra mim, todo mundo fica com uma ruguinha de preocupação, qualquer que seja o motivo. Réveillon mais ou menos é só mais um dia comum.
  Temos preocupação para que a felicidade não resolva ir embora, e mais, que ela traga suas vizinhas e venham logo morar em nossa rua.
  Há também a preocupação em fazer tudo valer a pena. Nada pode ser desperdiçado, toda experiência tem que ser válida. Somos loucos querendo fazer de tudo memorável, mas, inevitavelmente, vem uma memória mais valiosa e tira o lugar das festas frustradas. Arrumamos guarda-roupa, doamos coisas, somos outros limpos e melhores. Que bonito é ver coisas no começo!
  O início do ano deve ser brilhante. Nem pensar em tapear as falhas, elas devem ser imediatamente corrigidas ou esquecidas de vez. Enfim, o erro não tem lugar num ano-novo. O novo é só acerto.
  Não que não tenhamos direito de errar. Temos como direito, não como dever. Erramos sem querer, mas temos cuidado para não mancharmos o ano-novo tão branquinho.
 Pular ondas, não economizar e soltar fogos para que o barulho espante o mal fazem parte do ritual comum. Para celebrar, agradecer, prometer (principalmente).
  Lá vem um ano no começo. Ainda restam mais de 300 dias para correr atrás do que se quer. Ainda há brilho no olhar, ainda lembramos do barulho dos fogos e vamos continuar assim até chegar agosto, numa segunda-feira temida, implorando por outro ano, porque esse já tem que terminar.

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