Coisa que parecia que não ia acabar nunca aquela nossa. Coisa que apareceu sem que ninguém visse e aconchegou, achou seu lugar sozinha. Era tudo o que precisávamos, no exato momento em que aconteceu, sem que ninguém solicitasse providência extraterrestre.
Foi se construindo, parte a parte, com um carinho por dia, de um jeito que desconhecia (desconhecíamos, acho). E, olha, como deu certo!
É mais longe o caminho para casa que o caminho até você. As impossibilidades são sopradas que nem poeira leve e recente. Tudo de longe fica leve e de perto intensifica, embeleza. Não sei como cabem tantas coisas dentro de tão poucas horas.
E você já reparou como tudo conspira a favor? É sol o tempo todo! É chuva quando precisa ser... O melhor é que é surpreendente.
Impossível imaginar o próximo passo. Nós não avançamos em níveis, apenas seguimos, linearmente e sorridentes.
E, outra vez, estamos aqui. Num cenário que não sei se é o melhor - já foram tantos, um mais bonito que o outro e todos com os teus olhos olhando pros meus.
O sol ilumina absurdamente o dia e dá vontade de sair andando, sem parar, sem te soltar. Me dá vontade de te mostrar tudo da minha vida e só parar quando os pés começarem a doer.
- Vem cá, olha só isso aqui fora!
Eu tento te arrastar pro meu mundo.
- Não vamos sair hoje, não. O dia tá tão bonito aqui dentro.
Concedo. Esforço maior é sair do teu lado.